Vigilantes debatem propostas e firmam plano de lutas em Conferência Nacional

Nos últimos dias 2 e 3 de outubro, Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), Sindicato dos Vigilantes de Barueri, demais entidades, Federações e profissionais de segurança privada de todo o Brasil participaram da 13ª Conferência Nacional da categoria em Maceió, Alagoas.

O evento teve como objetivo analisar o cenário atual do segmento, debater desafios e traçar propostas para o avanço da Campanha Salarial 2016. “Está sob nossa responsabilidade promover debates que vão definir o futuro da categoria. Não vamos deixar que nos retirem direitos e conquistas já garantidas. Vamos sair daqui mais fortalecidos!”, destacou o presidente da CNTV, José Boaventura.

O presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira, elogiou a iniciativa da CNTV.”Foi uma grande iniciativa da CNTV realizar esta Conferência que teve o intuito de mobilizar todos os trabalhadores a mudarem a realidade do segmento, começando pela conquista de um reajuste salarial digno, acima da inflação, que não ocorre há mais de 10 anos”, ressaltou.

1º dia de Conferência

Na abertura do evento, a economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Fiorella Macchiavello, apresentou estudo de conjuntura econômica e do mercado de trabalho nacional, cenário das negociações coletivas e da evolução salarial. A economista também apresentou dados recentes do segmento de vigilância privada; desempenho do setor nos últimos anos e perfil dos trabalhadores. “O estudo é uma ferramenta importante para a categoria traçar estratégias e ações eficientes em prol do avanço das negociações da Campanha Salarial”, afirmou Amaro Pereira.

Uma nova mesa temática debateu direitos dos trabalhadores, de acordo com a Convenção Coletiva, e relembrou histórico de lutas da categoria. Em seguida, o tema “Conjuntura nacional e internacional” fez parte de mesa de discussão, que contou com a participação, entre os membros, do deputado distrital e secretário de Assuntos Parlamentares da CNTV, Chico Vigilante. “Qual o papel dos trabalhadores nessa época de crise atual? Se organizar e se mobilizar cada vez mais, sem abrir mão de lutar pelos seus direitos”, questionou os presentes.

A preocupação da categoria com o aumento dos investimentos em segurança eletrônica pelas empresas e a ameaça da redução de postos de trabalho foram outros tópicos discutidos na mesa.
Para encerrar o primeiro dia de Conferência, foi discutida a importância da regulamentação da jornada 12×36, com destaque para o pagamento dos intervalos, e as trativas promovidas por empresas de vigilância, federações e sindicato patronal pelo fim desta escala.

2º dia de Conferência

O segundo dia de Conferência debateu propostas de melhorias no texto do Projeto de Lei 4.238, do Estatuto da Segurança Privada, destacou a união de vigilantes e bancários por melhores condições de trabalho e importância da Campanha do Piso Nacional.

Durante pronunciamento, o presidente Amaro Pereira criticou a postura de algumas entidades sindicais de São Paulo em relação à luta pela aprovação do Piso Nacional. “Qual a contribuição dos dirigentes sindicais de São Paulo na campanha do piso unificado? Não houve mobilizações em suas bases de atuação que garantissem uma representação real em defesa desta demanda importante da categoria. É preciso mais compromisso com os trabalhadores!”, desabafou ele.

A proteção dos direitos dos trabalhadores, com destaque à criação da legislação nacional anticalote, e dificuldades enfrentadas com os patronais de diversos estados também foram assuntos que ganharam voz nas discussões. “O projeto da lei anticalote é essencial para evitar a precarização do trabalho e acabar com os prejuízos aos profissionais”, ressaltou Amaro Pereira.

No ato de encerramento, o presidente da CNTV, José Boaventura, colocou em votação plano de luta para federações, sindicatos e categoria seguirem nas próximas negociações coletivas.