Nota do presidente da CNTV sobre a tragédia nos presídios de Manaus e a irresponsabilidade na Segurança Privada

Na tragédia dos presídios de Manaus, o mesmo DNA da irresponsabilidade da Segurança Privada

Quando, nas primeiras notícias das chacinas do Presídio de Manaus, apareceu o nome de empresas terceirizadas em sua gestão, não tínhamos nenhuma dúvida dos personagens que estariam por trás delas.

Então, outras notícias deram conta de uma sócia laranja, morando em uma casa simples de Fortaleza. No emaranhado de empresas e sociedades e outra coisa muito comum: o volume de recursos envolvidos (milhões), as notícias de superfaturamento e a irresponsabilidade/faz-de-conta na gestão do presídio.

O nome do Grupo Coral e do falido (de fachada) Lelio Vieira não passa despercebido pelos vigilantes de Goiás, Brasília, Minas e Rio de Janeiro, vítimas da fraude da recuperação judicial que levou a decretação da sua falência. Falências onde o golpista sai muito mais rico, como é o caso Coral.

O caso, pelo olhar da segurança privada, da Policia Federal e do Congresso Nacional, requer uma profunda revisão, uma vez que está tramitando no Senado (já aprovado na Câmara) o PL 4.238/2012 propondo exatamente a legalização destas atividades de gestão de presídios para a segurança privada, sem que fique claro requisitos como qualificação técnica, responsabilidade e limites.

Sempre temos dito que a terceirização irresponsável sai muito caro para os trabalhadores caloteados, mas tem sido muito caro e cruel para a população, a cidadania e a dignidade das pessoas. A irresponsabilidade da Umanizzare e de quem a contratou precisa ser apurada a fundo e receber condenação exemplar. São criminosos tal qual.

José Boaventura Santos, presidente da CNTV