No Rio Grande do Norte, vigilantes lutam para manter direitos consolidados

Esta é a segunda paralisação dos vigilantes em apenas um mês – Foto: Tribuna do Norte

A reivindicação de um reajuste de 13,9% não é o único ponto da pauta dos vigilantes, em greve no Estado do Rio Grande do Norte desde a segunda-feira, 26/2. A categoria também é contrária à jornada de trabalho intermitente e reclama que a manutenção de direitos trabalhistas consolidados está em xeque.

As empresas ofereceram 1,81% de reajuste à categoria, e ventilaram a intenção de reduzir horas extras de trabalho em dia de feriado; deixar de bancar custos com curso de reciclagem e aquisição de equipamentos de segurança como coletes balísticos; e excluir abono em caso de falta para mulheres vigilantes com filhos menores.

Essa é a segunda paralisação dos profissionais apenas no mês de fevereiro. No dia 7 deste mês houve um protesto de 24h.

“Pela proposta dos empresários, perderíamos até o direito ao descanso semanal remunerado (DSR)”, disse Rodolfo Lima Araújo, 28, que há seis anos trabalha como vigilante. Josemar Martins, 37, é vigilante há dois anos e já pensa em “desistir” da profissão: “Se essas propostas (das empresas) forem aprovadas, vou abandonar a carreira. Não dá para trabalhar sem direitos, arriscando a vida todos os dias, para dar boa vida ao patrão. E o trabalhador, como fica? E nossas famílias, que podem ficar sem amparo? Do jeito que (os empresários) estão querendo, não tem condições”, lamentou Josemar, que trabalha como vigilante em um hospital.

Rodolfo, Josemar e o também vigilante Rafael Paiva, 26, participaram dos protestos de ontem no centro da cidade. “Nossa paralisação é por tempo indeterminado, até que haja negociação e a garantia dos nossos direitos”, reforçou Rafael, na profissão há cinco anos.

A assessoria de imprensa do Sindsegur-RN informou que os atrasos salariais são constantes “na maioria das empresas, principalmente as que prestam serviços aos órgãos públicos”, e que haverá assembleias permanentes para avaliar o movimento e o avanço das negociações.

O coordenador geral do Sindicato dos Bancários do RN, Gilberto Monteiro, confirmou que a rede bancária do RN não funcionou para atendimento do público – apenas para expediente interno – e que o movimento grevista dos vigilantes será avaliado diariamente.

Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira da Silva, que acompanha com atenção a movimentação dos companheiros do Norte do país, a greve é uma resposta às intransigências do Sindicato Patronal que insiste na retirada de direitos do trabalhadores. Para Amaro, os profissionais estão dando uma “resposta à altura”.

Publicado originalmente no jornal Tribuna do Norte