Estado de São Paulo lidera ataques a bancos e mortes de vigilantes durante assaltos

O estado de São Paulo continua liderando os ataques a bancos e mortes de vigilantes durante assaltos. Os dados são da 8ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp), com apoio do Dieese.

De acordo com a Pesquisa, em 2014, os ataques a bancos aumentaram 7% em comparação com 2011 e alcançaram 3.150 ocorrências em todo Brasil, o que dá uma média de quase 9 ataques por dia. Desse total, 2.373 foram arrombamentos de agências, postos de atendimento e caixas eletrônicos, já 777 representam assaltos consumados ou não.

O estado de São Paulo continua liderando o ranking com 736 ataques apenas em 2014, sendo 554 arrombamentos e 182 assaltos. Minas Gerais aparece em segundo lugar, seguida por Paraná, Rio Grande do Sul e Bahia.

Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Barueri, Amaro Pereira, os números ainda assustam devido à falta de investimento dos bancos na segurança dos trabalhadores e, consequentemente, dos clientes. “Itaú, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Santander, em 2014, lucraram R$ 60,3 bilhões e investiram apenas R$ 3,7 bilhões em segurança e vigilância, de acordo com a Pesquisa. Precisamos ser levados a sério, pois a saúde e a vida do trabalhador não podem estar em jogo diariamente”, completou.

A Pesquisa também aponta que o número de mortes em assaltos de bancos aumentou 34,7% de 2011 para 2014, já que em 2011 foram 49 mortes e 66 em 2014.

As entidades envolvidas na Pesquisa encaminharão uma cópia dos dados para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para solicitar audiência que discuta medidas de segurança. “Os sindicatos representantes dos vigilantes de todo país devem se unir para cobrar medidas efetivas do ministro. Não podemos ver de braços cruzados ataques constantes aos nossos trabalhadores e a morte de alguns deles. As empresas devem gerenciar seu lucro em prol da segurança e da vida dos vigilantes e clientes”, afirmou Amaro.

As propostas de segurança dos vigilantes e bancários são: porta giratória com detector de metais antes da sala de autoatendimento; vidros blindados nas fachadas externas; câmeras de vídeo em espaços de circulação de clientes tanto fora quanto dentro da agência; controle e fiscalização do Exército no transporte, armazenagem e comércio de explosivos; instalação de caixas eletrônicos somente em locais com segurança; biombos ou tapumes entre a fila de espera e os caixas; divisórias entre os caixas; ampliação do número de vigilantes de acordo com a Lei 7.102/83; atendimento médico e psicológico para vítimas de assaltos, sequestros e extorsões; entre outros.