Bancários fazem assembleias hoje em todo o país para decidir greve a partir de amanhã
Os sindicatos de todo o país representados pelo Comando Nacional dos Bancários realizam assembleias nesta segunda-feira 29 à noite para votar a nova proposta apresentada no sábado pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e decidir pela deflagração de greve nacional por tempo indeterminado a partir de amanhã (30). A orientação do Comando Nacional, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), é pela rejeição da proposta e pela aprovação da greve.
O Comando considera insuficiente a nova proposta, que eleva o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação) para os pisos. Veja abaixo a proposta completa dos bancos e as reivindicações dos bancários.
“Além de o índice de reajuste não atender a expectativa dos bancários, a proposta não contempla as reivindicações não econômicas, que para nós são imprescindíveis, como garantia de emprego, combate às metas abusivas e ao assédio moral, segurança bancária e igualdade de oportunidades. Queremos mais dos bancos, que têm aqui a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.
Somente os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC), que somados detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos 511 mil bancários, tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.
O Comando Nacional formado pela Contraf-CUT, dez federações e 134 sindicatos de bancários de todo o país, que representam mais de 90% dos 511 mil trabalhadores de bancos públicos e privados.
A nova proposta econômica dos bancos
Reajuste de 7,35% (0,94% de aumento real).
Piso portaria após 90 dias – 1.240,89 (8% ou 1,55% de aumento real).
Piso escritório após 90 dias – R$ 1.779,97 (1,55% acima da inflação).
Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.403,60 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,55% de aumento real).
PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.818,51, limitado a R$ 9.755,42. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários , com teto de R$ 21.461,91.
PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.637,02.
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Antecipação da PLR
Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015.
Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.091,11, limitado a R$ 5.853,25 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro.
Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.818,51.
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Auxílio-refeição – R$ 24,88.
Auxílio cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 426,60.
Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 355,02.
Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 303,70.
Gratificação de compensador de cheques – R$ 137,97.
Requalificação profissional – R$ 1.214,00
Auxílio-funeral – R$ 814,57.
Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.468,95.
Ajuda deslocamento noturno – R$ 85,03.
As principais reivindicações dos bancários
Reajuste salarial de 12,5%.
Piso Salarial de R$ 2.979,25
PLR: três salários mais parcela adicional de R$ 6.247.
14º salário.
Vales alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 724,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
Gratificação de caixa: R$ 1.042,74.
Gratificação de função: 70% do salário do cargo efetivo.
Vale-cultura: R$ 112,50 para todos.
Fim das metas abusivas.
Combate ao assédio moral.
Isonomia de direitos para afastados por motivo de saúde.
Manutenção dos planos de saúde na aposentadoria.
Emprego: fim das demissões e da rotatividade, mais contratações, proibição às dispensas imotivadas como determina a Convenção 158 da OIT, aumento da inclusão bancária e combate às terceirizações.
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários.
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.
Prevenção contra assaltos e sequestros: cumprimento da Lei 7.102/83 que exige plano de segurança em agências e PABs, garantindo pelo menos dois vigilantes durante todo o horário de funcionamento dos bancos; instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento das agências; biombos em frente aos caixas e fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
Igualdade de oportunidades para todos, pondo fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Por Contraf-CUT